18 de abr. de 2009

Moribunda


Fez silêncio em meu papel
A poesia dá ares de morta
E meus dedos sequer
Tentam ressuscitá-la.

Mas por quê?
Você ainda me pergunta!

De que me adianta escrever
Rimas e versos
Trabalhar sonetos
Gravar nas janelas os suspiros,
Romper o dia em elegias,
Declamar meus sentimentos
Se você não está apto e nem
Dá-se ao trabalho de vê-las?

Não sou apenas reclames
Como gosta de conclamar.

Minha carne arde por muito
Mais que línguas despropositadas
Em bailes poéticos sem fim...

Minha poesia quer anunciar
Línguas que se conjugam,
Corpos que bailem juntos
Mesmo que seja com as canções
Do Wonder e do tal do Rei...

Minha poesia está moribunda!

Amortecida pra você
Que saiu assim, sem ao menos
Dizer adeus, até breve
Sem deixar uma entrelinha
A mais na estrofe prescrita
Em ignóbil estilo...

Se a minha poesia morre pra você
Não me acuse, não sei de nada.

Juro que não fui eu...


Patrícia Gomes
Imagem: Filipa Mateus

8 comentários:

Eurípedes disse...

Se sua poesia está moribunda
A minha está mumificada
Beijo seu rosto, poesia
Pra te ver ressucitada

Jean Carlo disse...

Repostagem?

Patrícia Gomes (Di Carlo) disse...

Pra você é, Criança, porque você a conheceu primeiro, né? rs

Patrícia Gomes (Di Carlo) disse...

Obrigada pela grata carícia, Eurípedes.. ;oD

Rafael Kafka disse...

Sua poesia é imortal, Patuska, é um alento para a Alma!

Patrícia Gomes (Di Carlo) disse...

E o seu carinho sempre chega em boa hora, meu amigo...
Obrigada, Rafa!

Anônimo disse...

Muito bonito esse"bi-conjunto" de tuas letras, me lembram que um dia vivi isso tambem, quando era bem mais novo, confesso que me deu vontade de chorar, uma nostalgia bem minha . Olha obrigado mesmo por poder nos dar esse prazer de ler teus escritos.
Vitor Hugo

Patrícia Gomes (Di Carlo) disse...

Vitor Hugo, seja sempre bem vindo ao meu blog, e eu fico muito feliz quando minhas palavras espelham a realidade de alguém, e mais ainda quando as pessoas, como você o fez, comentam o que sentiram.
Obrigada e volte sempre, de verdade!