5 de jul. de 2012

Resenha de Filme: Mary e Max


Hoje, pela manhã, acabei assistindo a um pedacinho do programa global "Encontro com Fátima Bernardes", onde o assunto que estava sendo debatido era Autismo. E, como consequência me lembrei, imediatamente da "maravilinda" animação de 2009, "Mary e Max".

Em 2009 o australiano Adam Elliot, ganhador do Oscar de Melhor Curta de animação por Harvie Krumpet, a história do solitário e desajustado imigrante polonês, criou uma obra de arte!

Utilizando a técnica de Stop-Motion com bonequinhos de massa altamente caricatos e finalizado com a ajuda da computação gráfica, o filme é baseado em fatos reais, sobre a amizade entre uma menina australiana de 8 anos e um novaiorquino de 44. Ela é gordinha, desajeitada, muito curiosa; sua mãe é uma alcoólatra depressiva. Ele é um senhor que sofre da Síndrome de Asperger [um tipo de autismo], recluso em sua casa com seus pensamentos lógicos. Ambos são cheios de pensamentos filosóficos sobre a vida.
Os dois trocam cartas e desenvolvem uma amizade incomum que dura desde a infância de Mary e permanece, mesmo com altos e baixos, por 22 anos. A troca de experiências entre eles e os acontecimentos que aparentemente são banais são a chave para uma ajuda mútua, mesmo sem se dar conta disso.

Imaginem uma cebola, com camadas e mais camadas... "Mary e Max" é como uma cebola, e em cada uma de suas camadas a gente mergulha em comicidade, e num roteiro denso que nos faz trilhar por rumos inesperados! A principal fonte de humor é a complementação entre a imagem e a narração, pois é irônico ver o quanto é controverso o que é mostrado e o que, simultaneamente, é falado pelas personagens.
Outra ponto que impressiona, é como foi colocada a em cores a visão da vida de cada um: Mary vê tudo marrom, enquanto Max vê tudo em branco e preto, simbolizando a solidão e a distancia. No entanto há sempre um detalhe em vermelho, caracterizado pela busca de amor de ambos. Se o encontro dessas visões se mostra como algo triste,é, ao mesmo tempo, lindo e emocionante!

Adam admite que escreveu o roteiro baseado em uma experiência pessoal com um amigo que manteve contato por mais de 20 anos. É daí que vem a certeza de que devemos observar mais de perto as pessoas, ir além do real e simplório, pra enxergamos o quão ricos e complexos somos.

Então, se você ainda não viu essa pérola, corre agora mesmo até uma locadora mais perto de você e o alugue, ou compre logo de uma vez, porque tenho certeza de que é isso o que irá querer fazer! ;oD


“a vida de todo mundo é como uma longa calçada. Algumas são bem pavimentadas, outras (…) têm fendas, cascas de banana e bitucas de cigarro”. 



2 comentários:

catibarros disse...

Essa animação é linda demais... uma perfeição!

Eduarda Menezes disse...

Nossa, esse curta parece ser emocionante!
Adoro histórias assim, simples mas que passam uma mensagem profunda. Adorei esse detalhe das cores e do criador ter dito que construiu a história baseado em uma experiência pessoal, só torna tudo ainda mais lindo. ^^

Paty, você me perguntou em algum dos recados, uma dica de livro da Nora Roberts para ler. Eu gosto muito da Trilogia da Gratidão, o primeiro livro é o Arrebatado Pelo Mar, mas o meu preferido mesmo é o segundo que é o Movido Pela Maré. Ela tem muitos outros livros, e confesso que por mais que tenha lidos alguns, não foram tantos assim, então provavelmente existem outras dezenas de títulos que podem ser melhores rs Como ela já escreveu mais de 200, o interessante seria você pegar alguns e ler a sinopse para ver o que mais te interessa. Só deixo a dica de que um dos que o fãs brasileiros menos gostam é o Virtude Indecente e o Tesouro Secreto - ainda não li nenhum dos dois para ter certeza, mas acho que por conta dessa má fama, não é tão legal assim começar por eles. O Pecados Sagrados também é outro que achei bem legal, é um romance policial.

Beijão!