Na madrugada que arde
poços se enchem de volúpia
e no vento de um tão rápido agosto
pressinto teu hálito que cheira a quebranto
de um qualquer canto do céu,
seja o do azul bolorento ou o púrpura
que lustra meus olhos e adoça minha boca
em ditosas sendas...
E dos lábios rolam grossas lágrimas
que meus dentes arrancam
na tempestade de desejos que
aquecem-me o sangue num trovão
sereno e ao mesmo tempo elétrico...
Já não mais pondero,
não espero,
e só quero que me atire
sobre a relva
e que revele minha
Natureza nada morta...
Patrícia Gomes
Imagem: Zbyszek Filipiak
Um comentário:
A natureza de sua pele e palavras estão sempre vivíssimas... beijos e beijos
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