15 de jul. de 2009

Usança



Na madrugada que arde

poços se enchem de volúpia
e no vento de um tão rápido agosto
pressinto teu hálito que cheira a quebranto
de um qualquer canto do céu,
seja o do azul bolorento ou o púrpura
que lustra meus olhos e adoça minha boca
em ditosas sendas...

E dos lábios rolam grossas lágrimas
que meus dentes arrancam
na tempestade de desejos que
aquecem-me o sangue num trovão
sereno e ao mesmo tempo elétrico...

Já não mais pondero,
não espero,
e só quero que me atire
sobre a relva
e que revele minha
Natureza nada morta...




Patrícia Gomes
Imagem: Zbyszek Filipiak

Um comentário:

F. Reoli disse...

A natureza de sua pele e palavras estão sempre vivíssimas... beijos e beijos